06/set/19

Calendário

Selecione a viagemÁustria / Hungria 2024França 2024Malta 2023Bretanha 2022Europa 2019República Dominicana 2019Curaçao 2018Grécia 2018San Andrés 2018Itália 2017Creta 2017St. Martin / St. Bart 2017Península de Iucatã 2016Portugal e Ilhas Baleares 2016Ilhas Canárias 2016Aruba 2015Europa 2015Panamá e México 2015Israel, Jordânia e Grécia 2014Europa 2013Turquia 2012Ásia 2012Europa 2011Nova Zelândia 2011Brasil 2010Europa 2010África do Sul 2010Europa 2009Europa 2008Europa 2006/2007Europa 2005/2006Europa 2005

08/set/19

A Maria não se conformava com o fato de eu estar saindo tão cedo, especialmente quando ainda podia usar o quarto por dezoito horas e insistia em dizer que se eu mudasse de ideia poderia voltar a qualquer momento. Isso não fazia parte dos meus planos e a intenção era aguardar no porto a saída da balsa na primeira hora da madrugada. Deixei o hotel às 18:15 h e levei meia hora para caminhar sob o peso das mochilas até o terminal marítimo do outro lado da baía. A sala de espera estava trancada e achei que ia abrir dentro de uma hora e meia. Apenas quando se aproximou o horário foi que percebi que a abertura acontece somente na parte da manhã e a placa se referia a um escritório da autoridade portuária. Teria que esperar por sete horas ao relento. O vento, porém, estava agradável e eu só me preocupava com o frio no interior refrigerado do barco. Pouco após minha chegada outra desesperada apareceu num táxi. Era uma muçulmana toda de preto que não falava uma palavra que não fosse em árabe. Em certo momento ela até abriu o celular e me mostrou alguma coisa que, imagino, fosse o relógio. Também veio com uma seringa querendo que eu lesse algo marcado. Tudo que pude fazer foi me desculpar por não entender o borrão. Às 23:00 h a sala de espera foi aberta e o guarda me mandou para dentro. Só que todas as demais pessoas que estavam chegando, inclusive metade da África, ficaram do lado de fora. Como meu lugar no salão de poltronas de avião estava ocupado fiz como os gregos folgados e escolhi três assentos livres duas fileiras para trás e me estiquei, protegido pelo casaco e uma toalha. A tensão inicial de ter o pé puxado por alguém reclamando por sua reserva logo perdeu força e caí em sono profundo, esquecendo as discussões por causa de cadeiras numeradas, apesar do som de serraria vindo de várias pontos. Felizmente, ao contrário do que pensava, não houve paradas intermediárias e a travessia de sete horas ocorreu de um só fôlego. O tráfego em Pireus forçou o capitão a diminuir a marcha e a balsa atracou às 8:30 h. Quando fiz as reservas não encontrei conexão melhor de forma que vou passar o dia todo em Atenas esperando pelo voo noturno para Dubai. Havia cogitado da possibilidade de visitar a praia durante o longo período, porém a logística seria muito complicada e o melhor era ir direto para o aeroporto usando o transporte coletivo. O cais fica na ponta mais externa do porto e não pretendia andar todo o caminho até o terminal do ônibus. Esperei alguns minutos até diminuir o movimento para pegar o transporte interno gratuito. Tinha receio de que a condução para o terminal aéreo fosse estar cheia, mas eu fui um dos dois que pegou o veículo articulado às 9:15 h. Além de um casal que entrou dois pontos adiante e mais alguns avulsos não tinha mais ninguém. Uma hora mais tarde entrei no aeroporto preparado para a espera de doze horas. Num dos intervalos entre sentadas pesei as mochilas que ficaram com 5,5 kg e 14,6 kg, incluindo o quilo e meio de pedras. Pontualmente às 20:00 h começou o atendimento do check-in e eu fui o primeiro da fila da internet a receber os cartões. Passei pelo raio-x e ganhei o carimbo de saída da imigração grega. A sala de embarque do voo das 23:00 h ainda não estava definida e eu procurei um conjunto de bancos mais afastado da multidão, mas sempre me encontram. E normalmente tem uma criança cheia de energia no meio.