Continuando no ritmo de não fazer nada planejei uma visitei à ilha vizinha de Jerolim (leia ierólim). Ela é a mais próxima das que constituem o grupo que defronta Hvar e é inabitada como as companheiras. As pessoas só vão lá para aproveitar o sol e frequentar os poucos bares e restaurantes disponíveis. Existe um serviço regular de táxi aquático que faz as ligações diárias. Foi muita ingenuidade achar que saindo do hotel às 7:00 h da manhã ia encontrar alguma coisa funcionando. Ao tentar entrar no supermercado para comprar uma garrafa de água fui impedido pelo segurança que disse faltar ainda cinco minutos para a abertura, apesar de os sinos da catedral já terem dado as sete badaladas. O mesmo aconteceu com as lanchas. Elas ficam estacionadas bem na esquina da praça principal mas não havia ninguém responsável nas proximidades e as placas com os horários continuavam no convés ao invés de na calçada, como normal. O único movimento era de atletas madrugadores ou viajantes se aproximando do cais para a partida de seus barcos, carregando malinhas para cima e para baixo. Depois de algum tempo percebi que nada iria acontecer antes das 9:00 h e, cansado de esperar, decidi caminhar pelo centro e seguir a orla no sentido contrário ao de ontem. Após passar por algumas praias urbanas deixei as últimas residências para trás e resolvi desbravar parte do litoral desse lado. Algumas áreas cimentadas nas rochas, à maneira das praias croatas, permitiam acesso ao mar em determinadas regiões. Mais para frente a costa era mais selvagem, com rochedos pontudos demais para possibilitar algum relaxamento. Quando entrei na trilha que conduz a outras paradas encontrei uma posição razoável perto da água e interrompi a investigação pelo resto do dia. Pela primeira vez consegui mergulhar sem sentir frio dentro da água. Em relação às imediações minha localização era privilegiada, facilitando a entrada do mar por pedras planas e de leve inclinação. A névoa que vinha se adensando por toda a manhã começou a se acumular nas proximidades do sol por voltas das 14:30 h, acendendo o alerta para desmobilização do acampamento. Acho que com o desencontro náutico da manhã saí em vantagem. Além de ter tido a oportunidade de praticar alguns quilômetros de caminhada e haver encontrado um excelente, aconchegante e isolado recanto para passar o dia, economizei o absurdo valor da passagem para atingir a ilha a apenas 15 minutos de distância. Tudo nessa ilha é caro.