Se o hotel tivesse aviso de Não Perturbe para pendurar na porta, teria passado o dia todo entre quatro paredes. Como não era o caso, liberei o quarto para a fatigante tarefa da faxineira de alisar os lençóis às 10:00 h. Saí sem rumo, apenas para caminhar pelo centro e admirar a arquitetura e urbanismo da cidade. O movimento dos inúmeros bares e cafés era grande e independente de horário, especialmente na região em que havia muitos hostels. Passei pelo belo edifício da Academia de Música, dedicado a Franz Liszt. A fachada de pedra apresentava muitos detalhes decorativos e era encimada pela representação do artista em uma poltrona, ladeado por querubins musicistas. Uma interessante escultura moderna em bronze afixada ao solo da praça agrupava vários instrumentos musicais junto ao rosto do compositor. Mais à frente ficava a Igreja Santa Teresa de Ávila, numa área de influência mexicana. Parecia que os húngaros cuidavam bem de seus animais de estimação. Já havia notado que as pombas gostavam de se banhar nos jatos de água que brotavam do chão das praças e isso se repetiu hoje. Mais estranho foi o banheiro púbico para cachorros, uma pequena coluna de cimento cercada por um quadrado cheio de pedras. A placa estava em inglês, o que indicava que eles deviam ser bilíngues. Ao lado da Coluna da Imaculada ficava uma clínica de repouso fronteada por uma escultura homenageando Ignaz Semmelweis. Ele foi um importante médico obstetra, que identificou a falta de higiene dos médicos e enfermeiros como causa de morte das parturientes. Passei por uma faculdade de medicina batizada com seu nome. A praça no cruzamento dos dois principais bulevares do centro criava oportunidade para mais banho de pomba. Ao meio-dia entrei no Museu Nacional e verifiquei os livros em inglês na lojinha. A visita deveria ficar para os últimos dias na Hungria, após as duas viagens internas programas e reservadas. Boa parte do retorno foi pela marginal do Rio Danúbio, na margem de Peste, em que ficava o alojamento.