Tinha duas atividades alternativas para realizar hoje. Se continuasse a visita pelas montanhas e litoral acumularia mais alguns quilômetros mas também estava sentindo falta de não fazer nada numa praia. Para compatibilizar as duas opções defini um meio termo entre caminhadas para o lado desconhecido do litoral e volta através do calçadão até o Cabo Lúros e a praia Psalidi que vem em seguida. Saí do hotel antes de o Yiannis abrir a recepção, o que ele faz geralmente às 8:00 h. Dei a volta no Porto Pequeno e segui a costa pelos trechos em que isso era possível, porém em diversos setores tive que virar para dentro porque as residências, tavernas e hotéis ocupam o pé de areia. Ao passar pela praia Lambi e o Cabo Skandari o litoral muda de direção e uma ciclovia acompanha o mar por longos quilômetros. Desisti de voltar para a praia forrada de pedras na reserva biológica e decidi continuar na direção do balneário de Tigaki (leia tigáqui). Não há passagem pavimentada por toda a extensão da costa e tive que voltar para o interior e andar por bom trecho em que já havia estado ontem. A alternativa seria tentar a sorte nas trilhas e pela areia, todavia considerei essa uma incerteza muito grande. A ideia de visitar as ruinas de um castelo na mesma altura de Zia na montanha foi descartada e não planejava deixar mais o nível do mar pelo resto do dia. Um fato interessante ocorreu enquanto andava pela estrada interna. Por duas vezes motoristas me pararam para pedir informação sobre o posto de gasolina mais próximo. Acho que o boné me deixa com jeito de frentista. Não sei se os casais confiaram em mim mas, com ajuda do mapa eletrônico, tentei mostrar a localização do serviço procurado na rodovia principal. A cidade praiana de Tigaki é um conjunto de edificações voltado exclusivamente ao turismo, com muitas hospedagens, restaurantes e tavernas na beira da areia. Além de inúmeras espreguiçadeiras com guarda-sol. Parece que não tem muito o que fazer além de espreguiçar na sombra. Continuei a caminhada e atravessei o Lago Salgado que havia avistado no passeio pelas montanhas. A última parada seria na cidade de Marmaris (leia marmáris) mas, como ainda estava cedo, decidi andar por parte do contorno do lago. Não sei se é maré baixa ou a época do ano, porém o nível da água estava bem baixo e as margens bastante largas. Aproveitei essa faixa para me aproximar das aves aquáticas, inclusive muitas pernaltas. Lembrei que dava passos sobre o leito de um corpo de água que, por acaso, estava ressecado e, em algumas partes, bem macio. Procurei pisar com cautela para não ficar cimentado no solo salgado. Voltei para as trilhas e depois ruas para chegar no balneário seguinte que tem os mesmos encantos que o anterior e definiu o ponto final da ida. O retorno seguiu o mesmo trajeto no sentido inverso, a menos do circuito do lago, feito dessa vez por ruas asfaltadas. A parte final do percurso, tão difícil ontem, foi um pouco menos penosa devido à paisagem e ao som das ondas, bem mais agradável do que o tráfego automobilístico, seguindo vias do litoral sempre que possível.