Gostaria de ter repetido a praia de ontem. Porém mais uma longa viagem de trem até Sorrento estava descartada e decidi permanecer na cidade, tentando encontrar uma pedra acolhedora dentre as inúmeras possibilidades na parte nova da cidade, para lá da estação marítima. Ainda havia a alternativa de uma viagem de lancha até a próxima ilha de Ischia mas considerava a travessia muito trabalhosa para apenas aproveitar o mesmo sol que brilhava muito mais perto. Passei no terminal das barcas, que ficava no caminho de qualquer forma, e percebi que a fila só era menor do que a dos que iam para Capri. Somente tinha curiosidade de ver se o movimento era o mesmo durante a semana mas não havia grandes aglomerados nem ninguém embarcando. Atravessei o parque que fica entre o Palácio Real e uma das marinas e subi no longo quebra-mar relativamente vazio nesse horário da manhã. Logo começaram a chegar pessoas para se acomodarem nas pedras vizinhas. Ninguém se conhecia mas começavam conversas animadas e intermináveis. Falavam uma língua totalmente diferente do italiano e ininteligível, provavelmente o dialeto napolitano. O sol esteve muito forte durante todo o dia mas a brisa que soprava ininterruptamente ajudava a suportar o calor.