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| Estocolmo - qua 06/ago/25 * 13,34 km * (64 fotos) | Mais fotos: | Álbum | Slide show | Vídeos |
Com a boa notícia da página metereológica, subi para o refeitório e iniciei o procedimento de compra da passagem de ida e volta enquanto comia. Marquei a saída para 9:30 h torcendo para chegar na hora no terminal. Havia tempo suficiente, porém a ansiedade sempre falava mais alto nestas ocasiões. Só senti falta do cochilo matinal a que estava me acostumando graças às condições propícias da masmorra. A boa notícia dizia respeito à chuva. Quanto ao frio, estava maior do que o dos dias anteriores e o céu bem mais nublado. Cheguei ao terminal meia hora antes da partida e o trem ainda não havia aparecido. A viagem
para Uppsala deveria durar quarenta minutos e o assento com que o sistema me brindou ficava no corredor. Meu vagão estava quase lotado e, desta vez, o bilhete foi emitido com código QR, lido sem problema pela cobradora que, por alguma razão, usava câmera corporal. Assim que saí para a rua, fui confrontado com uma grande nuvem escura que soltava alguns pingos. Além disso o vento gelado era quase insuportável. Voltei para o interior para ver se a coragem de iniciar a visita aparecia. Ao sair do trem cogitei de perguntar para a bilheteira se poderia pegar um serviço anterior ou teria que aguardar pelo que havi
a reservado. Não me dei ao trabalho porque a questão parecia boba, já que havia um assento determinado para mim. Estava sentindo falta do meu calabouço em Estocolmo. Na saída seguinte, às 10:30 h, a ventania havia amainado, mas ia e vinha. Não tinha ninguém para quem pudesse reclamar e resolvi tentar andar um pouco. Primeiramente pelas ruas ortogonais do centro, quando marquei a posição de duas livrarias na praça da Prefeitura para visita posterior. Passei pelo canal onde as lavadeiras se reuniam na Idade Média para exercer seu ofício e entrei na Catedral ao lado. Sua construção teve início no séc. XIII e er
a o local da coroação dos governantes. A área da degola de Santo Érico, patrono da Suécia, foi escolhida para a edificação do templo. Na época da reforma luterana em 1527, as capelas laterais perderam seus altares e apenas o principal restou para o culto conjunto da comunidade. Foi este o momento da instalação do púlpito, para facilitar a comunicação com a assembleia. Aproveitei a chuva mais forte para entrar no prédio principal da Universidade, constituída em 1477 como a mais antiga da Escandinávia. O Salão de Entrada e o Auditório onde eram realizadas as cerimônias universitárias eram deslumbrantes. A para
da seguinte foi na Carolina Rediviva, biblioteca universitária que apresentava uma exibição dos manuscritos mais raros da coleção. Uma sala era dedicada a Anders Celsius, professor de astronomia da universidade e propositor da escala dos centígrados para medição de temperatura. Ele manteve um registro das condições climáticas desde 1722 e seus resultados foram enviados para a Academia Sueca em Estocolmo a partir de 1739. O principal tesouro era o Codex Argenteus, ou Bíblia de Prata, manuscrito do Rei Teodorico, do séc. VI, contendo os quatro evangelhos, que recebeu esta denominação por ser escrito em tintas
prateada e dourada sobre pergaminho púrpura. Outra vitrine apresentava trabalhos de Carl Linnaeus, sobre o reino vegetal e de ilustradores famosos no desenho detalhado das espécies botânicas. Estava com medo de visitar a loja e me descontrolar, mas a maioria dos títulos em sueco e de tamanho grande conseguiram me conter. Continuei o passeio sob as fortes rajadas até o Castelo, construido pelo Rei Gustavo Vasa a partir de 1523. A Suécia deixou o reino que reunia os três países escandinavos e iniciou com essa dinastia a fortificação de várias cidades. A entrada era gratuita e contava a história da construção e
m breves painéis históricos. Um jardim estava localizado após uma inclinação que não desci, por ter visto tudo desde o alto. Voltei para o centro e entrei nas duas livrarias que havia visto no início do passeio, mais para escapar do frio do que comprar alguma coisa. Havia diversas tentações, no entanto. Com tempo bom devia ser muito mais gostoso caminhar por Uppsala. Retornei uma hora antes da partida e aproveitei a antecedência para digitar o resto do diário. Depois de meia hora fui para a plataforma e descobri uma seção protegida com vidros que limitava um pouco a ventania, apesar da porta automática aberta.