Saí às 10:00 h com a incumbência de resolver parte das decisões pendentes. O local para fazer isto era o terminal de trem principal, na estação Keleti. A primeira tarefa foi simples. Como estava se aproximando a data de deixar Budapeste, precisava decidir a forma da viagem. Já que velho viajava de graça na Hungria, restava adquirir a reserva obrigatória para o trajeto. Objetivo facilmente alcançado na bilheteria automática. Contudo, a saída do país teria que ser definida com os vendedores de passagens internacionais. Ganhei uma senha e fui sorteado por uma funcionária que quase não falava inglês e teve que pedir auxílio para o distribuidor de senhas com quem tinha conversado antes. Imaginava decidir logo o assunto, porém achei melhor usar um pouco de cautela e não antecipar passos que dependiam de anteriores. Peguei apenas os horários e preços. Fui para um praça na vizinhança para processar as novas informações e presenciei um carro de polícia e alguns agentes apressando o passo. Deviam ter implicado com alguma coisa. Que aflição! Estava andando tranquilamente e um cão trotando aparentemente sozinho me chamou a atenção. Poucos minutos depois, o dono se aproximou falando algo e como viu que eu não entendia, perguntou em inglês se havia visto o fujitivo. Esperava que tivessem se encontrado rapidamente. Passei por uma área denominada Ludovika Campus, com o subtítulo de Universidade de Serviço Público. Mais parecia um parque, com muitas esculturas e monumentos, um lago, clube de tiro, sala para espadachins e zona para prática de esportes de aventura, como rapel e tirolesa. Finalmente encontrei uma placa em inglês, explicando em rápidas palavras a função do espaço. Em 1808 uma lei criou o serviço para treinamento de oficiais militares e em 1830 um edifício em estilo classicista foi erigido para alojar a entidade. A partir de 1872, o parque serviu para o treinamento dos soldados, o que talvez explicasse os equipamentos para treino pesado que havia visto anteriormente. Após 1945 o local foi transformado em centro educacional, abrigando a Universidade do Serviço Público. Outra instituição que dividia as instalações do campus era o Museu de História Natural, que exibia o esqueleto de uma enorme baleia pendurada do teto do recinto de entrada, construído especialmente para ela. O vizinho era o Jardim Botânico, que também entrou para a lista de visitas possíveis. Com as nuvens se acumulando, resolvi encurtar o passeio. Ainda deu para ver o cinema Corvino, um edifício circular que foi palco de enfrentamentos de rua durante a revolução de 1956. Atualmente, além de cinema, servia de memorial, com várias placas dedicatórias e a estátua de um menino segurando uma arma.