05/ago/19

Calendário

Selecione a viagemÁustria / Hungria 2024França 2024Malta 2023Bretanha 2022Europa 2019República Dominicana 2019Curaçao 2018Grécia 2018San Andrés 2018Itália 2017Creta 2017St. Martin / St. Bart 2017Península de Iucatã 2016Portugal e Ilhas Baleares 2016Ilhas Canárias 2016Aruba 2015Europa 2015Panamá e México 2015Israel, Jordânia e Grécia 2014Europa 2013Turquia 2012Ásia 2012Europa 2011Nova Zelândia 2011Brasil 2010Europa 2010África do Sul 2010Europa 2009Europa 2008Europa 2006/2007Europa 2005/2006Europa 2005

07/ago/19

Passei o fim da tarde de ontem definindo o itinerário de hoje, que também iria envolver bastante caminhada. A primeira etapa era a mais próxima e é a principal razão por eu ter vindo à ilha. Junto com Epidauro e outro santuário na Tessália, no continente, Kos foi famosa na antiguidade pela excelência de seu centro médico. O local era originalmente dedicado ao deus Apolo, que tinha a medicina entre seus atributos. Progressivamente o herói, e depois deus, Asclépio, chamado Esculápio em latim, foi ganhando importância e o lugar se transformou em grande atrativo para os que procuravam cura. O filho mais ilustre de Kos é Hipócrates, aquele do juramento, que clinicou no santuário por volta do ano 350 a.C. A área é constituída por terraços em que se localizam as diversas edificações ligadas à cura e à veneração dos deuses. Cheguei às 8:30 h, meia hora depois da abertura e fui o primeiro a entrar. Como é sabido, turista não gosta de acordar cedo. Uma hora mais tarde, quando estava saindo, a fila de grupos já era gigantesca. Como outros asclépio dos tempos antigos esse também contava com todas as instalações para o tratamento do paciente, como dormitórios, salas de incubação para doenças, muita água corrente e oratórios para diversos deuses secundários. Era comum o santuário enviar médicos para cidades em necessidade e receber em reconhecimento honrarias na forma de estelas de agradecimento, como as exibidas no lapidário do pequeno museu. A segunda parte do roteiro consistia em subir as montanhas para averiguar a vida das vilas tradicionais. Apesar do grande desnível a inclinação foi suave e gradual. A parada inicial foi numa cidade fantasma, onde só havia construção em ruínas, uma igreja fechada e um café às moscas. O mapa indicava algumas trilhas para voltar à rodovia principal e, depois de verificar algumas, achei melhor retornar pela bifurcação pavimentada pela qual havia desviado um quilômetro atrás. Às 13:00 h cheguei na vila tradicional de Zia. Foi quando descobri que vila tradicional quer dizer cidade cenográfica, com muitos restaurantes e lojas de lembrança. Também existe um grande parque na montanha, mas não havia tempo para um passeio tão grande. De tradicional acho que só tem as velhas de preto fazendo as vezes de vendedoras no comércio de artesanato e produtos chineses. O que mais me impressionou foi a enorme montanha Dikeos que forma o pano de fundo da cidade. Entrei pelo começo de uma estrada de terra que deveria subir até o topo a 840 metros do nível do mar. Eu estava a apenas 400 metros. Talvez numa outra encarnação. Desci a encosta por uma rodovia tortuosa, com dezenas de curvas. Ao chegar no plano, na cidade de Zipari, entrei na avenida central, que se transforma na estrada principal da ilha, fazendo a ligação entre todas as cidades maiores e também o aeroporto. O tráfego era muito intenso e percebi que o barulho iria transformar a caminhada numa tortura. Lancei mão do mapa eletrônico para selecionar um percurso mais calmo e fui muito bem atendido. A volta para o centro levou mais de três horas e precisei de muita força de vontade nos quilômetros finais.