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Mesmo antes do embate matinal de vozes um forte aguaceiro despencou sobre a região do hotel e seus vestígios ainda eram visíveis na forma de poças quando deixei o quarto às 8:00 h, tanto na via exclusiva de pedestres da Ilha Santa Catalina quanto na passarela de madeira que acompanha o primeiro trecho da baía no lado de Providencia. Após o exercício de ontem não estava com vontade de andar muito e até para chegar na praia mais próxima na baía Almond teria que realizar um deslocamento para o qual não estava preparado. Parei no extremo do calçadão belamente construído e pintado para sentar no banco do mirante e observar a vista da entrada da baía com alguns esporádicos movimentos de embarcações. Os raios de sol que surgiam de trás das construções já mostravam sua força e queimavam meu pescoço durante os quarenta minutos que levou para voltarem a ser escondidos pel

o teto da marquise. Depois de quase uma hora sentado reconheci o andar brincalhão dos dois cães que me acompanharam alguns dias atrás. Hoje eles haviam adotado um casal de turistas que tropeçava com frequência em seus corpos de modos espalhafatosos. A fêmea chegou a me cheirar, parecendo lembrar da ocasião anterior porém, além de eu não fazer festa, ela tinha nova distração. Meia hora após a chegada da barca de San Andrés o casal retornou seguido pelos dois cachorros. Não estavam seguros de querer se afastar da sombra e rondaram meu banco por alguns instantes, porém logo decidiram continuar atrás dos novos eleitos. Durante todo esse tempo observava o trabalho incessante de uma pomba na construção de seu ninho sobre o galho de uma árvore que se debruçava em direção ao mar. Pacientemente ela retornava dezenas de vezes com um ramo no bico para aprimorar o serviço.