Ontem quando, abri as portas da varanda para apreciar a vista, permiti a entrada dos mosquitos que ficaram me incomodando a noite toda. Ao levantar hoje, às 7:00 h, eles continuavam sua música e dança. O mais desagradável, no entanto, ocorreu, ao abrir novamente as portas e me deparar com a chuva. Pelas previsões achava que nem era ainda tão forte quanto a que me esperava em Malta. Com medo de piorar, vesti o casaco e saí correndo quando diminuiu um pouco e pude desviar dos poucos pingos durante a caminhada de 5 minutos. Entrei pela passagem de pedestres sob os trilhos para chegar ao outro lado, de onde sai um ônibus para o aeroporto. Decidi por esta forma de transporte, nem tanto pelo preço mais baixo, mas porque na vinda tive que andar sob os elementos entre o terminal e a estação de trem. A saída do veículo estava marcada para as 8:00 h e a duração da viagem deveria ser de uma hora. Tempo suficiente para o voo das 13:00 h, torcia. O trem oferece mais conforto e é mais rápido e seria preferível. Acho que vi um caminho protegido para a estação, mas estava mais preocupado em encontrar o lugar para registro e despacho da bagagem. Entrei na fila razoável, que só tinha duas atendentes enroladas. A mochilona ficou com 6,3 kg e a outra continuou com 4,00 kg. Em seguida, às 9:30 h fui dirigido para o balcão de itens fora de padrão e de lá para a verificação de segurança. Como já estava dentro da Europa, não precisou do passaporte. O voo da ITA deve sair às 13:00, com embarque às 12:00 h e anúncio do portão nos monitores às 11:00 h. Ainda tinha uma hora para comer os sanduíches da mochilinha enquanto aguardava a carga da bateria. A previsão mais recente em Malta estava aceitável, sem chuvas fortes. Desta vez não havia escolhido o assento e me foi destinado um na quinta fileira. Tinha uma boa visão antes da asa, que é o que me interessa, contudo, ainda prefiro o fundão. O embarque no Airbus A320 terminou exatamente às 13:00 h e a decolagem ocorreu 60 minutos depois sob um início de sol débil. Demorou tanto para sair da vaga que até deu tempo de cochilar. O voo deveria durar apenas uma hora e dez minutos. O pouso se deu às 15:15 h, sem incidentes, e o aeroporto não tem pontes rolantes, só ônibus. Europeus da Comunidade não fazem alfândega e vão direto para as esteiras de bagagem. De posse das mochilas e tranquilizado quanto ao meu temor de chuva, pude realizar minha intenção inicial, que era caminhar para a cidade. Parece que o transporte público de Malta é bem decente e vários ônibus partiam do aeroporto para diversas regiões da ilha. Tirei o casaco ao sair do avião e decidi não recolocá-lo para a caminhada. A saída foi um pouco traumática por causa das vias expressas e obras que interrompiam as calçadas. No início tive que andar no meio dos carros e percebi que seria melhor encontrar um trajeto por ruas internas, sem tanto tráfego. O aplicativo de mapas off-line é inestimável neste quesito e sempre me ajuda em situações difíceis. Ele não faz milagres e tive que compartilhar alguns trechos com os carros onde não havia calçadas. E sempre tem um campo de golfe no meio do caminho que exige uma enorme volta. A distância era de apenas 8 km mas os desvios transformaram a estimativa inicial de uma hora e meia em duas horas e quinze minutos. O recepcionista estava meio atarefado, atendendo telefonema, tentando resolver o meu registro e ouvindo as reclamações mal-criadas das duas espanholas que não gostaram de como seu quarto estava sujo. O meu estava normal. Não era tão bom quanto o caro da última noite em Roma, mas não era caro como o da última noite em Roma. Era bem melhor do que a caverna apertada anterior, com bastante luz natural, porém pouca artificial. Bom espaço, tanto no quarto como no banheiro e o colchão da cama de solteiro não parece tão mole quanto os dois anteriores. Nenhuma maravilha, estava na média. Saí para uma volta rápida e para procurar um supermercado. Continuava muito frio.