03/set/19

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05/set/19

Depois de um dia de um pouco de descanso ontem planejava voltar a conhecer novas praias para o mesmo lado em que estive dois dias atrás, seguindo pelas bifurcações não exploradas. O café da manhã não é tão excepcional a ponto de exigir presença e a falta de fome pela manhã não requeria a refeição. Saí às 7:30 h para enfrentar novamente a bela vereda calçada de pedras que escala a inclinada face do morro. Estava tão confiante de ter introjetado o percurso que demorei para consultar o mapa e quando o fiz verifiquei que estava totalmente fora de rumo. Tentei consertar porém nessas alturas e no meio dessas curvas apertadas o GPS fica bastante indeciso e aponta cada hora para um lugar. Claro que cheguei ao topo mas ao preço de entrar na auto-estrada barulhenta e andar alguns quilômetros a mais e mais para cima. Poderia ter montado um trajeto próprio, baseado nas linhas tracejadas do aplicativo. Todavia, como já demonstrou a experiência, essas indicações podem conduzir tanto ao paraíso quanto ao inferno. Com a chegada no cume, só restava recuperar o tempo perdido com a falta de atenção. Para entrar na segunda bifurcação teria que passar primeiro por Paleokastro, a vila nas montanhas. Achei que já estivesse preparado para cruzar os duzentos metros do atalho por dentro da cidade todavia, os becos estreitos me enganaram novamente e tive que dar várias voltas até encontrar a saída. Pelo menos dessa vez não precisei fazer o contorno pela estrada. Após oito quilômetros majoritariamente de descida cheguei em Klima, a terceira parada da jornada, pouco depois do meio-dia. Junto com as enseadas anteriores de Posidonio (leia possidônio) e Sidera ela compõe os três balneários acessíveis pela mesma estrada asfaltada e são fronteiriças à costa da Turquia. Tinha a partir dalí duas opções. A menos interessante era voltar pelo mesmo caminho. Minha intenção, contudo, era tentar chegar à mais uma Psili Ammos (leia psilí ámos - areia fina). Para tanto ou voltava tudo até o topo e entrava na outra estrada ou arriscava o caminho rústico. A sugestão para pedestres do mapa eletrônico é uma linha tracejada de oito quilômetro numa rota mais ou menos costeira. Pela pesquisa de ontem à noite no Google Earth pareceu ser uma via de terra, no entanto, com largura suficiente para ser fotografada pelos satélites. Se conseguisse completar a visita por essa rota completaria as atrações do lado de cá da ilha num único dia. Me espantei com a facilidade do percurso que, apesar da irregularidade da superfície e de uma ou duas subidas bastante íngremes, mostrou que não havia motivo algum para temores. Psili Ammos é o tipo de praia que considero suficiente apreciar do alto, especialmente tendo que contornar uma grande salina e um morro para atingir a praia sem saída por outro lado. Em compensação andei pela extensa Mikali (leia micáli), a baía ao lado, toda forrada de pedras. Encerrei aí o roteiro do dia e o restante da caminhada foi uma longa subida para o entroncamento e a descida pela calçada bucólica do outro lado. Consegui percorrer um circuito, sem ter de repetir rodovias. Isso graças ao arrojo de enfrentar a estrada de terra entre as duas asfaltadas e com o auxílio da perda de rumo pela manhã, quando não encontrei a subida para pedestres.