Ao acordar às 7:00 h estava com muita dúvida sobre o que fazer. Qualquer atividade envolveria conhecer o centro amuralhado da cidade, porém os detalhes eram ainda desconhecidos. Achei que o tempo estaria melhor, de acordo com as previsões que venho acompanhando, mas as poucas aberturas de sol me deixavam desanimado. Fiquei mais uma hora na cama, cochilando e imaginando os passos seguintes. Tomei a decisão de sair agasalhado, com a calça de moletom e o casaco. Não foi nem um pouco exagerado. Só vim a tirar o abrigo na volta para o hotel, após as 14:00 h. St. Malo foi bastante danificada durante a batalha de sua liberação na Segunda Guerra e uma exposição fotográfica às portas da muralha comemorava os 75 anos de reconstrução do centro. Pelas minhas estimativas isso deve ter acontecido há uns 5 anos. A primeira visita foi ao terminal marítimo, fora dos muros, para avaliar as possibilidades de passeios de barco. Muitas ligações fazem a conexão desta parte da França com as ilhas do Canal da Mancha, além de visitas a pontos turísticos do litoral da baía. Foi só então que atravessei a Porta de São Vicente para verificar a parte interna da muralha. O centro era bem grande e iniciei a visita percorrendo dois trechos sobre os muros. O lado voltado para terra firme era apenas uma calçada elevada. As atrações estavam realmente na face voltada para o mar. Várias praias acompanham o lado de fora dos muros e me chamou muita atenção a variação grande e rápida do nível das marés. Foi fascinante acompanhar a transformação da península que serve de base para uma das várias construções de defesa, o Forte Nacional, em ilha em poucos minutos. A baía possuia muitos rochedos de diversos tamanhos e alturas que serviram de sustentação para fortalezas e locais de vigia. St. Malo foi um dos pontos que serviu de origem para as explorações navais francesas e vários aventureiros receberam homenagem através de estátuas ao longo das torres e bastiões. Foi daqui que saiu, por exemplo, Jacques Cartier em suas três navegações em busca de ouro no Canadá no séc. XVI. Também os corsários que invadiram o Rio de Janeiro e os mercadores de escravos e seus navios negreiros partiram daqui. O Museu de História, que tem sede no Castelo de St. Malo, junto com a Prefeitura, está fechado para a transformação em Museu da Marinha, que deve durar 5 anos. A cidade ainda forneceu uma figura importante para a literatura e a política francesas, Chateaubriand. Perto da hora do almoço a quantidade de visitantes aumentou consideravelmente e as ruas comercias e suas lojas estavam cheias. Quando aparecia, o sol era forte, contudo o vento não permitia andar desabrigado. A Catedral de São Vicente ficava bem no centro do centro e achei interessante os degraus que sobem e descem na abside para contornar o coro. Não lembro se ter reparado nesta curiosidade em outros templos.