01/jul/19Calendário 03/jul/19


Milna - ter 02/jul/19 * 37,48 km * (38 fotos)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

Natureza colorida - Ilha de VisDescobri que se não sair no susto vou dar margem para a preguiça se instalar e vai ficar muito mais difícil levantar. Apesar da constatação passei uma hora e meia, desde ter acordado às 5:30 h, entrando e saindo de lapsos de sono até resolver deixar o apartamento. Pretendia iniciar o circuito da ilha no sentido horário, ao contrário de ontem. Com isso teria que me deparar logo cedo com o desnível de 300 metros para sair do buraco em que fica Komiža pela estrada serpenteante. Uma hora mais tarde, depois de nove curvas de 180° para mudar de direção, atingi o topo da primeira subida aos 340 metros de altitude. Sempre que escrevo sobre isso lembro da Tia Landa dizendo que ficava cansada só de ler. Ela nunca falou se o que cansava era o exercício ou a leitura, mas era gentil demais para sair detonando meus esmerados dotes literários desse jeito. Existe ainda um caminho mais direto, para ciclistas e andarilhos, com economia de curvas e de algumas centenas de metros. Em compensação a inclinação deve ser bem mais acentuada e as condições do pavimento, se houver, não devem ser confiáveis. Agora era só caminhar seis quilômetros na descida para preparar a escalada seguinte. Mais uma vez atravessei Vis, a capital queBaía na capital - Ilha de Vis tem o mesmo nome da ilha, pelo alto, apreciando o panorama magnífico propiciado pela localização privilegiada na baía. A intenção era continuar por mais oito quilômetros para conhecer duas novas estâncias balneárias do outro lado, para o que precisei ultrapassar as montanhas novamente. Cheguei em Milna ao meio-dia. Havia uma venda de produtos locais na encruzilhada da estrada cujos donos insistiram para que eu experimentasse o suco de maçã. Não tive como recusar e durante a conversa o marido me perguntou do que eu estava me punindo para andar a pé debaixo desse calor. Era uma boa indagação para a qual ainda não tenho resposta. Quando me aproximei das pedras no litoral não deu para resistir e tive que entrar na água gelada e ficar sentado numa rocha semi-submersa. Mesmo assim estava um calor insuportável e eu ainda tinha muito caminho pela frente. Para não voltar para trás continuei até a praia de Zaglav e peguei uma trilha por dentro do bosque de pinheiros. Não foi uma excelente opção porque, além de ter subida no meio do mato, a trilha era estreita e atravessada por centenas de teias de aranha. Saí todo emaranhado e ainda tive que andar pelos rochedos à beira do mar porque o caminho terminava num muro dPraia Zaglav - Ilha de Vise propriedade particular. Não desci na praia Rukavac (leia rucavats), que ficava meio fora do caminho. Mesmo com a volta do vento, com fortes lufadas momentâneas, estava quente demais e o resto de água que sobrou estava quase fervendo. Completar as mais de três horas até a pousada foi tremendamente cansativo. Sempre que encontrava uma pequena e rara sombra parava para descansar um pouco. Às vezes até encontrava lugar para sentar e numa oportunidade achei uma mangueira para completar a garrafa com um pouco de água fresca. Também não foram poucas as almas generosas que pararam para oferecer carona. Especialmente depois de ter sido questionado sobre a penitência que realizava pelo sábio da lojinha havia definido como ponto de honra completar o percurso projetado, nem que fosse me arrastando. Não chegou a esse ponto mas acho que o cálculo foi um pouco exagerado. Finalmente cheguei em casa doze horas após ter saído pela manhã e a primeira coisa que fiz depois de destrancar a porta foi enfiar o pescoço dentro do refrigerador. Depois esvaziei o litro e meio de chá que estava lá dentro e então saí para tentar a sorte e me abastecer com mais líquidos no estabelecimento indecente que eles chamam de supermercado.