A mudança para Kalamata (leia calamáta), localizada entre duas de três penínsulas do tipo dedo que ficam no sul do Peloponeso, estava marcada para as 10:00 h e a agilidade de fechar as mochilas não exigia nenhuma correria. Desci às 8:30 h mais por falta do que fazer no quarto do que por premência do tempo. Em dez minutos já estava sentado num banco de metal aguardando o início da viagem de duas horas. Se desse lado não precisei andar muito a coisa seria um pouco diferente na outra ponta. Reservei um hotel na avenida da praia por sete noites mas a rodoviária fica no fundo da cidade e teria que caminhar mais do que quatro quilômetros. A entrada, ao contrário da maioria das hospedagens, era possível a partir das 12:30 h de forma que previa poder descansar um pouco depois do exercício. O motorista veio de alguma parada anterior e entrou na rodoviária de Pyrgos com grande atraso. Juntando com a permanência no terminal a duração da viagem aumentou em mais de meia hora e só cheguei em Kalamata depois do meio-dia e meia. Passei num guichê para pegar a tabela de destinos e horários, que percebi mais tarde que não tinha serventia para mim, e fui para a rua com a intenção de seguir a ciclovia que o mapa eletrônico mostrava. O aplicativo calculou outro caminho mas eu preferi me manter perto da via das bicicletas para não me perder nas várias curvas e não ter que consultar o celular em cada esquina. Foi um trajeto penoso, nem sempre com sombra, sob os 35° C de um céu bastante aberto. Entrei na hospedagem uma hora mais tarde e alguns centímetros mais achatado. O Thanasios me aguardava mas antes teve que resolver a situação confusa das italianas que queriam uma chave extra. Pude saldar a dívida logo de cara, ficando livre dessa preocupação. O quarto não é grandes coisas mas a internet pareceu ser razoavelmente eficiente. O transporte interurbano da região me deixou bastante desanimado e resolvi voltar ao longínquo terminal rodoviário para tentar encontrar alguma informação mais confiável. A página da internet é bem esquemática e não dá para tirar nenhuma conclusão com os dados disponibilizados. O passeio da tarde me animou um pouco, apesar do céu bastante nublado. Dessa vez na rodoviária recebi uma tabela de horários das ligações locais, ao contrário das nacionais que me deram ao chegar na hora do almoço. A região central é simpática e agradável e, além das diversas igrejas, pude apreciar com mais calma o Castelo que domina o morro que deu origem à cidade. Parece que a escolha do hotel foi bastante infeliz. Além de ele ser mais antigo, fica longe de tudo. Os mercados mais próximos que encontrei não eram muito maiores que garagens e nem entrei para consultar a variedade de itens. Preferi confiar nas lojas de rede que, mesmo obrigando carregar os produtos por maior distância, ofereciam alternativas mais atraentes. O sistema ferroviário grego faz tempo que está em processo de sucateamento mas pelo menos eles estão tentando preservar sua memória. O exemplo de Kalamata é o Parque Ferroviário, que abriga composições de várias épocas e também oferece um feirinha de produtos naturais. Ainda não foi hoje que desabou o temporal previsto pelos estudiosos.