A ansiedade não me deixou perder a hora e às 6:20 h estava tocando a campainha do andar de cima para devolver as chaves para a Dima. Após a curta caminhada até o terminal marítimo descobri a razão de ter sido incentivado a chegar cedo para o embarque. O barracão já estava lotado, com as várias mesas cobertas por bagagens e uma fila razoável se formando no corredor. O processo de identificação dos passageiros não foi muito demorado e antes das 7:00 h já estava de posse do cartão de embarque e de um comprimido para enjoo. Também distribuíram um saco com 350 ml de água, que é a forma como eles mais comercializam o líquido por aqui. Logo em seguida foi anunciada a formação da fila para inspeção alfandegária que, felizmente, não foi muito minuciosa. Agora que já estava no barco poderia trocar a ansiedade por encontrar o transporte pela da travessia de três horas. As pouco menos de 60 poltronas existentes foram ocupadas, o que explica o fato de não ter podido encontrar disponibilidade quando entrei na internet alguns dias atrás. A compra antecipada parece ser necessidade, ao menos nesta época. Depois de todos embarcados e sentados, inclusive os dois casais que foram de carona na área restrita dos tripulantes, a embarcação permaneceu estacionada e com os motores ligados por mais de 50 minutos. Às 9:10 h o comandante resolveu tocar a buzina e partir, quando eu já havia assistido por centenas de vezes as imagens dos vídeos promocionais. Após três horas de travessia tranquila, que não exigiu o remédio, foi a vez de passar por mais uma identificação, informando inclusive o local e tempo de permanência. Havia feito reserva em um hotel um pouco mais caro do que normalmente escolho e o serviço diferenciado se apresentou logo após o desembarque. Ao lado de Providencia fica outro ilha, Santa Catalina, de tráfego impedido a veículos, cujo acesso é feito por uma ponte de madeira. Ao iniciar o cruzamento do canal fui abordado por um enviado da pousada se oferecendo para me conduzir até o local. Não entendi bem o que ele disse mas acho que falava em completar a curta travessia de barco. Agradeci e expliquei que gosto de caminhar e a distância não passava de 500 metros. Na porta estava me esperando a Francisca, que me indicou o enorme quarto no andar de cima de um espaçoso solar tradicional e deu inicio a uma série de esclarecimentos sobre os atrativos da ilha. O acesso inicial à internet não decepcionou e após me instalar atravessei a ponte novamente para ver se encontrava um supermercado perto do centro. Pretendia deixar para completar o circuito pela única estrada no dias seguintes, porém o local não é repleto de atividades e acabei realizando a caminhada logo de cara. Ao contrário de San Andrés, Providencia é bem mais montanhosa e o contorno da ilha envolveu várias subidas e descidas. O início da tarde teve grande quantidade de nuvens mas, ao chegar mais próximo do cair do sol, o céu limpou completamente. Fiquei meio preocupado por que não encontrava nenhum tipo de mercearia para fazer as compras e, apenas por garantia, entrei em um armazém com poucos itens para enfrentar no mínimo a necessidade de líquidos. Apenas no final do caminho apareceram algumas lojas e um grande mercado. Como eu já estava carregado deixei para verificar os produtos em outra oportunidade, mas tive a impressão de que forneceria todo o necessário. A água fria do chuveiro, pelo menos era abundante e permitiu o alívio do exército inesperado. Imaginava ter bem menos problema com a rede wifi e tive que fazer várias tentativas demoradas e infrutíferas. Até desistir.