Aarhus - seg 01/set/25 * 9,37 km * (29 fotos)

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Todos esses bom-dias no WhatsApp me trouxeram à memória um fato de muito tempo atrás. Não lembro dos detalhes, mas me recordo de o pai, quando chegava em casa, sempre aparecer no quarto. Era época da Urbanizadora e eu dormia no beliche de cima e o Pedro em baixo. Fazendo as contas eu devia ter uns quatorze ou quinze anos. Ele se despedia com palavras estrangeiras, não em dinamarquês ou sueco, imagino, porém nas línguas mais comuns para um brasileiro.

Só lembro de sayonara, contudo deve ter sido um periodo marcante, que reapareceu nas viagens. Conseguia enxergar um pouco de céu azul pelo quadrado aberto sobre o pátio interno e não poderia passar mais um dia inteiro no quarto, apesar de essa ser a vontade. Recebi um e-mail da TAP liberando o registro para o voo de amanhã. Depois de preencher as informações solicitadas, recebi os cartões de embarque na caixa postal. Saí às 11:00 h para verificar os

horários para a longa viagem para o aeroporto de Copenhague. O trajeto era direto, porém com algumas paradas intermediárias. Resolvi comprar de uma vez em uma das máquinas disponíveis no terminal. Desci para verificar as condições de uma ligação semelhante que estava para sair e achei melhor comprar também uma reserva de poltrona para não passar por apuros. As duas aquisições saíram mais barato do que as estimativas do aplicativo de viagens, que não

incluíam assento. Durante toda a viagem as previsões metereológicas foram muito mais alarmistas do que a situação real do clima. Precisava aprender a controlar minha ansiedade e não perder oprtunidades por causas especulativas. Isso não quer dizer que não tivesse que fazer muita força para não voltar para a cama ao ver a enorme nuvem escura sobre a Catedral. Várias áreas de Copenhague tinham odores desagradáveis de comida. Devia estar traumatizado c

om sopa de ervilha, que nunca tomei, porém era a ideia que transmitia o cheiro. Segui para um novo lado da cidade, outra região com diversos parques. Caminhei pela ciclovia e calçada de pedestres paralela aos trilhos do trem e cheguei na marina ao lado do parque Riis Skov (skov era a palavra dinamarquesa para floresta). Dois motivos me impediram de andar pelas trilhas que contornavam o parque, num percurso de quatro quilômetros e meio. As nuvens e o

horário. No entanto, entrei num cemitério e na universidade, que dispunham de muita área verde. Não podia deixar de conferir a última livraria antes dos aeroportos, mas consegui me conter. Além do espaço, tinha preocupação com o peso, que depois de dez quilos não podia ser transportado dentro da cabine do avião. Esse foi o motivo que me fez retirar a segunda camada de roupas da mochila para usar na viagem e sair mais do que suficientemente protegido.