30/jun/19Calendário 02/jul/19


Stiniva / Circuito - seg 01/jul/19 * 31,31 km * (69 fotos)Mais fotos:ÁlbumSlide showVídeos

Igreja de São Nicolau - KomižaMunido de coragem e muita água saí do quarto às 7:00 h. Acordei com preguiça e achei que passar o dia numa praia perto do centro seria suficiente. Porém, num impulso, imaginei que seria mais inteligente enfrentar o fantasma de cara logo na primeira oportunidade. Teria chance de me arrepender depois. Além disso acho sempre preferível começar pelas atividades mais ameaçadoras. Duas grandes assombrações me apavoravam no passeio de hoje. A primeira era trivial, simplesmente colocar um pé na frente do outro e subir a rodovia asfaltada, não importa quão alto ela fosse. Era apenas questão de tempo e cansaço. A segunda já envolvia processos psicológicos bem mais profundos. Descer uma trilha de terra e pedra solta, íngreme e na beira do abismo, demandava lutar contra inimigos escondidos. Depois dos vários quilômetros da subida inicial, realizada em passo lento e mais demorada do que esperado, surgiu uma longPraia Stiniva - Ilha de Visa extensão de estrada plana. O máximo de altitude que o GPS registrou foi 320 metros. Contudo há que descontar desse valor o número cabalístico que gira entre 20 e 50, que o aplicativo teima em dizer que é o nível do mar. O desvio para a praia Stiniva, considerada entre as mais bonitas da Europa, começava em estrada pavimentada e no plano e seguia por um quilômetro para cima e meio para baixo. A partir daí entrava em cena meu terror. Pelo que havia lido a descida poderia ser percorrida em 20 minutos e era muito inclinada. Pude confirmar que as duas informações eram verdadeiras. Juntei coragem para a experimentar os primeiros passos e continuei seguindo. Por diversas vezes pensei em desistir nos trechos em que era maior a sensação de o barranco estar despencando. Porém algo empurrava. Seria a gravidade? Consegui completar o teste e escolhi uma extremidade de praia forrada de pedras para descansar porPraia Stiniva - Ilha de Vis meia hora. Stiniva é realmente bela. Altos penhascos formam um corredor estreito que liga a aconchegante baía ao mar aberto, onde as lanchas e veleiros de turismo ficam estacionados. Enquanto barcos infláveis completam o acesso à terra firme, muitos preferem terminar o passeio a nado. Normalmente a descida me causa mais receio, contudo a saída de Stiniva não foi menos penosa ou tensa. Além da fadiga normal da subida, precisava controlar os pés escorregadios dentro do chinelo suado. Faz tempo que esse par indica que está chegando ao fim, mas hoje as tiras soltaram duas vezes em tropeções mais fortes. Além disso ganhei algumas escoriações adicionais. Pretendia pegar outro desvio no alto para conhecer a praia vizinha, porém o esforço exagerado me convenceu a só seguir por caminhos pavimentados pelo resto do dia. Havia a possibilidade de esticar para alguns balneários mas achei que isso poderia ser atiBaía - Visvidade para outro dia. Continuei no circuito da ilha e passei pela capital apenas pelo alto, sem fôlego com a beleza das paisagens. Como a rodovia não passava pelo centro apenas entrei num pequeno desvio para conhecer o supermercado. Este sim tinha o direito de ser chamado assim. Grande e com boa variedade de itens. Comprei algumas coisas pequenas e de pouco peso porque ainda tinha muita estrada para enfrentar. Como estava novamente no nível do mar tive que realizar toda a escalada das montanhas do centro da ilha. No início a subida é bem gradual mas depois da metade ficou puxado. Pelo menos coincidiu com a volta do vento, o que amenizou a falta de sombra. Após chegar aos 340 metros de altitude começou a descida final. A volta completa levou dez horas e tive que atravessar os morros três vezes, sem contar a ida e volta do despenhadeiro de Stiniva. Hoje não deu para reclamar de falta de exercício.